Perfil psicossocial do cuidador informal e das suas necessidades

Abstract

A carga do papel de cuidador informal representa uma ameaça significativa à saúde física e psicológica deste, com repercussões ao nível do seu bem-estar geral. Torna-se necessário identificar as suas necessidades e, para isso, foi desenvolvido um estudo de avaliação das necessidades e caracterização do perfil psicossocial do cuidador informal “Cuidar Maior”. A maioria dos cuidadores reportaram não ter acesso a nenhum tipo de recurso na comunidade, não receberam formação para prestar cuidados, nem ajudas técnicas, não tiveram acesso a grupos de ajuda, nem a medidas de saúde ou apoio social. Todos os cuidadores reportaram ter acesso a um profissional de saúde, mas não a um profissional da segurança social. Face à falta de apoio nos cuidados, à exigência da prestação dos mesmos, e à ausência de respostas atempadas na comunidade, a construção e desenvolvimento de ferramentas m-health que, facilitem a prestação de cuidados dos cuidadores, que não exijam necessariamente a deslocação a outra instituição e que permitam uma resposta inovadora, rápida e prática, revela-se premente. É também evidente a necessidade de o serviço social intervir na comunidade e orientar estes cuidadores, guiar para os recursos sociais que dispõe bem como informar dos seus direitos nesta situação de vulnerabilidade.

The burden of the informal caregiver role poses a significant threat to the caregiver’s physical and psychological health, with repercussions on their general well-being. It becomes necessary to identify their needs, and for that, a study was developed to assess the needs and characterize the psychosocial profile of the informal caregiver “Cuidar Maior”. Most caregivers reported not having access to any type of resource in the community, including not receiving training to provide care, technical help, or having access to support groups, health measures, or social support. All caregivers reported having access to a health professional but not a social worker. In view of the lack of support in care and the requirement to provide it, and the absence of timely responses in the community, the construction and development of m-health tools that facilitate the provision of care by caregivers, which do not necessarily require a move to an institution, and which allow innovative, quick, and practical responses are necessary. It is evident that social services must intervene in the community and supervise these caregivers, allowing them to guide them towards the social resources available and informing them of their rights in this vulnerable situation.