Práticas inclusivas : contributo de fatores pessoais e de carreira

Abstract

Portugal adotou desde julho de 2018, um paradigma educativo baseado na inclusão. O novo referencial pressupõe por parte das escolas e dos docentes uma mudança na forma de pensar e agir em contexto escolar e com os alunos. A pandemia COVID-19 implicou mudanças pessoais, contextuais, organizacionais e políticas, acarretando ainda novos desafios de inclusão para as escolas. Este estudo tem como objetivo perceber qual o efeito do tempo de serviço dos docentes e do modo como estes experienciaram o contexto pandémico durante o segundo confinamento, na adoção de práticas inclusivas. A recolha de dados foi realizada a distância, através do preenchimento de questionários de autorrelato. Os participantes são docentes que desempenham funções em escolas públicas ou privadas portuguesas. Foi utilizado um questionário sociodemográfico e dois instrumentos validados para a população portuguesa que avaliam os recursos e práticas para a inclusão (RPI- Recursos e Práticas de Inclusão) (Carvalho et al., 2022), bem como a perceção sobre as vivências durante a pandemia (TEC- Trauma Exposure Cheklist) (Morgado et al., 2021). Foram efetuadas análises descritivas relativas às variáveis estudadas, bem como análises de regressão lineares múltiplas. Os resultados do estudo evidenciam que o tempo de serviço dos docentes, o género, assim como as experiências vivenciadas durante a pandemia influenciem a adoção de práticas inclusivas.

Since July 2018, Portugal has adopted an educational paradigm based on inclusion. The new framework presupposes a change of schools and teachers in the way of thinking and acting in the school context and with students. The COVID-19 pandemic implied personal, contextual, organizational, and political changes, bringing about new inclusion challenges for schools. This study aims to understand the effect of the length of service of teachers and the way in which they experienced the pandemic context during the second confinement, on the adoption of inclusive practices. Data collection was carried out at a distance, through the completion of self-report questionnaires. The participants were teachers who worked in Portuguese public or private schools. A sociodemographic questionnaire was used as well as two instruments validated for the Portuguese population that assess resources and practices for inclusion (RPI- Resources and Practices for Inclusion) (Carvalho et al., 2022), and the perception of how people deal with the pandemic (TEC- Trauma Exposure Cheklist) (Morgado et al., 2021). Descriptive analyzes were performed on the studied variables, as well as multiple linear regression analyses. The results suggest the length of service of teachers, gender, as well as experiences during the pandemic influence the adoption of inclusive practices.