Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/11067/5904
Título: “É uma casa portuguesa, com certeza! É, com certeza, uma casa portuguesa!” : desenho de interiores e de mobiliário, o lar português divulgado pelo SPN/SNI (1933-1949)
Autor: Bártolo, Carlos Humberto Mateus de Sousa, 1968-
Orientador: Monteiro, Pedro Duarte Cortesão, 1965-
Silva, Pedro José Gentil-Homem Correia da, 1966-
Palavras-chave: Decoração de Interiores - História - Portugal - Século 20
Design de mobiliário - História - Portugal - Século 20
Arte e Estado - História - Portugal - Século 20
Propaganda portuguesa - História - Século 20
Portugal - Política cultural - História - Século 20
Portugal - Política e governo -1933-1974
Data: 7-Mai-2020
Resumo: Durante o Estado Novo a arquitectura, as artes visuais e performativas, o folclore, a literatura e a cultura em geral, foram usados como instrumentos para expressar os valores que formavam o regime. Tal ocorreu de forma mais incisiva durante as duas primeiras décadas do regime, quando um programa cultural – a Política do Espírito – foi implementado pelo director do Secretariado da Propaganda Nacional, António Ferro, escritor e jornalista associado à primeira geração modernista portuguesa. Não sendo o estudo do uso das artes como instrumento de propaganda novidade na história da arte, o papel do design de interiores – percebido como uma arte menor, subordinada ao que sucede nas ‘artes maiores’ – costuma ser ignorado. Acontece que em Portugal, num regime centrado na trilogia “Deus, Pátria e Família”, a decoração do lar não podia ser descurada como possível veículo ideológico, pelo que se justifica que seja objecto central de investigação. Este estudo aborda como o regime do Estado Novo, através do seu órgão oficial de difusão de propaganda e cultura, doutrinou a população sobre um conjunto de valores estéticos baseados na redescoberta das artes populares e como – rejeitando assim o design moderno, as influências estrangeiras e até os habituais estilos nacionais históricos, imagem de passados decadentes – participou no desenvolvimento de um ‘novo’ estilo nacional que se apropriava de formas tradicionais do mobiliário e da decoração. Através da observação e análise de fontes primárias estudou-se como esta acção se realizou com o recurso a uma série de diferentes processos e meios desde a apresentação das fontes estéticas nacionais, as artes populares, a exemplos de interiores de casas que seguiam os padrões apropriados exibidos em exposições e na imprensa. Analisa-se igualmente como o próprio regime desenvolveu e promoveu um conjunto de interiores não privados – uma série de pequenas pousadas estatais – que, ao serem concebidas como ‘casas de família’, vieram a servir de modelo de inspiração e gosto, não só à iniciativa hoteleira nacional, como ao cidadão comum, alcançando-se assim o objectivo original: a construção de uma identidade nacional verdadeiramente consentânea com os valores políticos. O entendimento dos métodos empregados pelos diferentes actores – regime e criadores – para a prossecução deste intento, torna-se essencial para perceber como esta acção pode, hoje, ser lida como um processo de design, num país onde a disciplina começava apenas a definir-se.
During Estado Novo, architecture, visual and performing arts, folklore, literature and culture in general, were used as instruments to express the values that moulded the regime. This occurred more intensely during the first two decades of the regime, when a cultural policy – A Política do Espírito [the Policy of the Spirit] – was implemented by the director of the National Propaganda Bureau, António Ferro, writer and journalist related to the first Portuguese modernist generation. While the use of the arts as propaganda is not new in art history studies, the role of interior design - perceived as a minor art, subordinated to what happens in the ‘major arts’ - is often ignored. It so happens that in Portugal, in a regime centred on the “God, Fatherland and Family” trilogy, the decoration of the home could not be neglected as a possible vehicle of ideology, so it is justified that it is a central object of investigation. This study addresses how the Estado Novo regime, through its official propaganda and culture dissemination organ, indoctrinated the population on a set of aesthetic values established on the rediscovery of popular arts and how – thus rejecting modern design, foreign influences and even the usual national historical styles, image of a decadent past – participated in the development of a ‘new’ national style that appropriated traditional forms of furniture and decoration. Through the review and analysis of primary sources, it was studied how this action was carried out using a series of different processes and mediums, from the presentation of the national aesthetic sources, the folk arts, to examples of home interiors that followed the appropriate standards, all displayed in exhibitions and press. It was also analysed how the regime itself developed and promoted a set of non-private interiors – a series of small state inns, the pousadas – which, being conceived as ‘family homes’, came to serve as a model of inspiration and taste, not only to the national tourism initiative, as well as to ordinary citizens, thus achieving the original objective: the construction of a national identity truly in line with the political values. Understanding the methods used by the different actors – regime and creators – for the pursuit of this intent, becomes essential to comprehend how this action can, today, be perceived as a design process, occurring in a country where the discipline was beginning to define itself.
Descrição: Tese de doutoramento em Design, Universidade Lusíada de Lisboa, 2020
Exame público realizado em 7 de Maio de 2021
URI: http://hdl.handle.net/11067/5904
Tipo de Documento: Tese de Doutoramento
Aparece nas colecções:[ULL-FAA] Teses

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
ddsg_carlos_bartolo_tese_v1r.pdfTese (V. 1)4,79 MBAdobe PDFVer/Abrir
ddsg_carlos_bartolo_tese_v2r.pdfTese (V. 2)36,53 MBAdobe PDFVer/Abrir
ddsg_carlos_bartolo_tese_v3r.pdfTese (V. 3)14,53 MBAdobe PDFVer/Abrir
ddsg_carlos_bartolo_tese_v4r.pdfTese (V. 4)14,55 MBAdobe PDFThumbnail
Ver/Abrir


FacebookTwitterDeliciousLinkedInDiggGoogle BookmarksMySpace
Formato BibTex mendeley Endnote Logotipo do DeGóis Logotipo do Orcid 

Este registo está protegido por Licença Creative Commons Creative Commons