O Mercado como elemento (re)qualíficador do espaço público : a flexibilidade das formas sólidas para a modernidade líquida

Abstract

A presente dissertação pretende explorar a temática do Mercado como elemento (re)qualificador do espaço público. O Mercado possui um valor material e imaterial na cidade, no entanto, o que antes era considerado como impulsionador de povoações e razão para o estabelecimento de certas vias de comunicação, vem atualmente perdendo o seu significado. Da génese do lugar de troca à formação de modelos edificáveis, compreende-se que, no presente como no passado, a ligação e dependência entre o Mercado e o espaço público influencia o ritmo quotidiano e transforma o lugar. É precisamente esta união umbilical que se vem diluindo no processo de transformação dos Mercados e do espaço público, através da Modernidade Líquida de Bauman tentou-se compreender os novos vínculos sociais e como esses relacionamentos têm reflexo na cidade. Recorrendo aos conceitos de Jan Gehl e Hertzberger de humanização do espaço público e tendo como referente a noção de Ignási de Solá-Morales de como a ação humana insere a ideia de fluidez na arquitetura, torna-se essencial a (re)qualificação do Mercado através da conceção de novas espacialidades mais flexíveis, mutáveis, dinâmicas e sustentáveis capazes de regenerar não só a atividade, mas principalmente a ligação e a socialização dos espaços envolventes. O que se demonstra é que os Mercados, hoje, podem ser formas expectantes potenciadoras de novas dinâmicas urbanas (re)qualificadoras do espaço público. A sua centralidade e complexidade programática acresce-lhes valor e adensa significado, tornando uma vez mais, o Mercado no lugar de todas as trocas e imprescindível na resolução dos problemas da cidade.

ABSTRACT The present dissertation intends to explore the theme of the Marketplace as a (re)qualifying element of the public space. The Marketplace has an immaterial and material value to the city, what was once considered the economic driver of villages and the reason for the establishment of certain means of communication, is currently losing its significance. From the genesis of the place of exchange to the formation of buildable models, it is understood that, in present as in past, the connection and dependence between the Marketplace and the public space influences the daily rhythm and transforms the place. It is this umbilical bond that has been diluted in the transformation process of the Marketplaces and the public space, through Bauman's Liquid Modernity, an attempt has been made to understand the new social ties and how these relationships have a reflection in the city. Using Jan Gehl and Hertzberger's concepts of the humanization of public space and in reference to Ignási de Solá-Morales' notion of how human action introduces the idea of fluidity in architecture, it is essential to (re)qualify the Marketplace through the conception of new spatialities more flexible, changeable, dynamic and sustainable, capable of regenerating not only the activity, but mainly the connection and socialization of the surrounding spaces. What is shown is that the Marketplaces, today, can be expectant forms that enhance new urban dynamics, (re)qualifying the public space. Its centrality and programmatic complexity add value and great significance, making the Marketplace once again the place of ali exchanges and essential in solving the city's problems.