O self de um psicopata

Abstract

A psicopatia, problemática ancestral e ainda fruto de enganos, desenganos e algumas certezas relativas, que nos são fornecidas por um número abastado de manuais tradutores do pensamento de quem os escreve, constitui a temática escolhida para a apresentação desta dissertação. Como se depreende do que acima foi escrito, a questão da psicopatia ainda hoje está envolta por um manto de polémica, onde a especulação e a fantasia estão também invariavelmente presentes, sobretudo quando alguns autores “vão além da Taprobana” da psicopatologia, sem terem os cuidados exigidos para não naufragarem. Neste trabalho, iremos tentar aprofundar este tema, ao mesmo tempo delicado, fascinante e polémico, através de dois procedimentos base: 1 - A análise dos contributos que obtivemos de um leque de peritos nas diversas áreas da criminologia; 2 - Estudo pormenorizado de um caso escolhido e paradigmático de psicopatia, sucedido no nosso país, há vinte e sete anos, conhecido pelo nome de “O Estripador de Lisboa” que, como se sabe, nunca foi capturado, embora tenha sido completamente identificado ainda em vida (vide entrevista à Agência Lusa, de 10 de Outubro de 2013, jornalista Sandra Moutinho), pelo antigo inspetor-chefe da Polícia Judiciária Professor Doutor Barra da Costa, no seguimento da defesa do seu doutoramento (Universidade de Aveiro, Psicologia Forense, 2012), do qual resultou a obra «Perfis Psicocriminais. Do Estripador ao Profiler»” (2013, Lisboa, edições Pactor), com Prefácio da Drª Maria José Morgado.

Psychopathy, an ancestral issue and still the result of mistakes, misunderstandings and some relative certainties, which are provided to us by a wealthy number of manuals translating the thoughts of those who write them, constitutes the theme chosen for the presentation of this dissertation. As can be seen from the above, the issue of psychopathy is still shrouded in controversy, where speculation and fantasy are also invariably present, especially when some authors “go beyond the Taproban” of psychopathology, without having care required to avoid shipwreck. In this work, we will try to deepen this topic, at the same time delicate, fascinating and controversial, through two basic procedures: 1 - The analysis of the contributions we obtained from a range of experts in the various areas of criminology; 2 - Detailed study of a chosen and paradigmatic case of psychopathy, which happened in our country twenty-seven years ago, known by the name “The Lisbon Ripper”, which, as we know, was never captured, although it has been completely identified yet in life (see interview to Agência Lusa, 10 October 2013, journalist Sandra Moutinho), by the former chief inspector of the Judicial Police Professor Doutor Barra da Costa, following the defense of his doctorate (University of Aveiro, Forensic Psychology, 2012), which resulted in the work «Profiles Psicocriminais. From Ripper to Profiler »” (2013, Lisbon, Pactor editions), with Foreword by Drª Maria José Morgado.