A habitação modular : casas de madeira no Portugal contemporâneo

Abstract

O espaço habitacional em que as famílias contemporâneas vivem é um tema discutido intensamente no âmbito da arquitectura. Isto é, pode dizer-se que a habitação nos dias de hoje não é um processo fechado, mas sim evolutivo. Será que se pode entender a habitação como uma ideia em constante construção, um sistema aberto, um espaço adaptável que pode ser capaz de responder às necessidades de cada grupo familiar, a nível socio, cultural e económico? Cada vez mais as famílias pretendem um espaço habitacional que seja capaz de responder às suas necessidades, sujeito a novas mudanças ao longo do tempo, sem grandes custos e adaptando-se a novas funcionalidades. Isto quer dizer que é necessário (re)pensar na arquitectura ligada à habitação como um espaço aberto, capaz de criar áreas modulares com uma tipologia flexível. Nesse sentido, este trabalho procura demonstrar que a construção de espaços modulares é uma mais valia para a habitação contemporânea. Os espaços habitacionais podem, hoje em dia, ser compostos por um núcleo inicial que oferece múltiplas direcções de crescimento para um número indeterminado de variantes possíveis, mas podem ser também espaços flexíveis que acabam por evoluir tendo em conta a estrutura familiar e o espaço envolvente. Neste contexto, a avaliação dos processos construtivos e dos materiais que melhor se adequam a sistemas modulares é vital. A madeira tem-se revelado um material que responde eficazmente a estas questões, capaz de gerar novas linguagens arquitectónicas a partir da sistematização do design.

The housing space in which contemporary families live is a subject discussed intensely in the context of architecture. That is, it can be said that housing nowadays is not a closed process but rather an evolutionary one. Can we talk about housing as an idea that is constantly being built, an open system, an adaptable space that may be able to respond to the needs of each family group, socio-cultural and economic level? More and more families want a living space that can respond to their needs, subject to new changes over time, without great costs and adapting to new functionalities. This means that it is necessary to (re) think the architecture linked to the dwelling as an open space, capable of creating modular areas with a flexible typology. In this sense, this work seeks to demonstrate that the construction of modular spaces is an asset for contemporary housing. Living spaces can now be composed of an initial nucleus that offers multiple directions of growth for an indeterminate number of possible variants, but can also be flexible spaces that eventually evolve considering the family structure and the surrounding space. In this context, the evaluation of the construction processes and materials that are best suited to modular systems is vital. Wood has proved to be a material that responds effectively to these questions, capable of generating new architectural languages from the design systematization.