Problematização das questões climatéricas e a edificação da linguagem modernista em Luanda : dois casos de estudo

Abstract

No início do século XX, sob um afirmativo protagonismo de um poder político e económico, inicia-se um período de grande expansão e intenso investimento em Luanda. A fascinante vastidão deste território angolano, tornou-o num campo de experimentação e inovação no âmbito do planeamento urbano e da construção edílica. A cidade converteu-se num espaço de migração, urbanização e de Nova Arquitectura, que se reflecte na sua expansão e modernização. Este período deu origem ao estabelecimento de uma cultura modernista na Urbanística e na Arquitectura que, sobretudo, a partir dos anos 50 modificou a imagem da cidade. Visando a compreensão mais aprofundada da origem e evolução desta Arquitectura, as suas motivações subjacentes, a sua materialização e as mudanças ocorridas no espaço arquitectónico propomos uma leitura que relaciona os fenómenos naturais, culturais, sociais e téctónicos que lhe estão associados e que lhe são inerentes. Fundamentalmente, são incluídos dados históricos suplementares relativos à política do seu tempo, às actividades económicas e à actuação profissional que a cada instante provocam o cenário arquitectónico. O presente trabalho pretende estabelecer a ligação entre o ideário e os conceitos do Movimento Moderno, na procura por uma adaptabilidade arquitectónica às especificidades climatéricas locais, onde se destaca a obra do arquitecto e urbanista Fernão Lopes Simões de Carvalho. Deste modo, serão apresentadas algumas das suas obras que, além de envolverem a aplicação de parâmetros de sustentabilidade na configuração do espaço habitável, incidem na problemática das especificidades climatéricas e na edificação de uma linguagem arquitectónica específica.