A dimensão social do espaço público : a integração da dimensão slow como elemento regenerador do espaço público nos centros urbanos

Abstract

Ao longo da dissertação é estudada a dimensão social do espaço público e a sua influência nas vivências do quotidiano. O espaço público deve surgir como um lugar com identidade, fruto da interacção entre o ambiente e o indivíduo. Também os limites têm influência na percepção fenomenológica do espaço, assim como na apropriação ao lugar, já que podem ser sentidos como um convite ou como uma barreira. O lugar deve, então, promover a abordagem do espaço como elemento de aproximação sócio-espacial, a partir das dinâmicas propostas, o que não tem vindo a acontecer, pela negação da dimensão humana que altera as relações sociais. Procuramos entender as alterações e as metamorfoses que têm acontecido no espaço público e no contexto urbano actual, ao nível dos usos, dos ritmos e dos modos de o viver. Os mesmos têm vindo a anular o espaço como gerador de experiências, de escalas equilibradas e de dinâmica de vivências que sustentem as práticas sociais. Esta perda de identidade do espaço público promove a criação de não-lugares, consequentes da fraca e fugaz relação entre o sujeito e o espaço. Perante este contexto, é proposta a criação de um sistema articulado de espaços dotados com vivências slow como uma nova estrutura humanizada, que potencie experiências urbanas tradicionais e espaços de encontro. As diferentes perspectivas e autores analisados foram essenciais para perceber que a dimensão slow tem um forte potencial para re-valorizar o espaço público, tentando voltar a integrar na cidade, lugares que foram perdendo os seus significados.

Through this master’s thesis, it is studied the social dimension of the public space and its influence on the experiences of people’s daily life. The public space has to be seen as a place with its own identity, since it is the result of the interaction between environment and the individual. The limits also have influence on the phenomenological perception of the place, as well as in the appropriation of the space, once they may be felt as an invitation or a barrier.From this point of view, the place has to promote an approach of the place as an element that brings together people in general. However, this hasn’t been happening due to the denial of the human dimension which has been changing the social relationships. We persue to understand the changes and the transformations which have been taking place both in the public spaces and in the current urban context, in terms of their uses, rhythms and ways of living. These same factors have been destroying the space as a promoter of experiences, of balanced scales and living dynamics, which support the endless social practices. This loss of identity of the public space boosts the creation of the non-places, that are the result of the weak and the feeble connection between man and space. In this context, it is suggested the creation of spaces endued as a new human structure, which will bring together tradicional urban experiences with meeting spaces. The different perspectives and studied authors were very importante to understand that the slow dimension is essential to prize the public space, not forgetting to try to reintegrate the city since these places have lost their “true” meanings.