Entre achados e perdidos

Abstract

É comum dizer-se que o estágio representa a étapa final de um ciclo de estudos. Eu, no entanto, prefiro classificá-lo como o início do exercer de uma profissão. Ao longo deste período, vamos finalmente dar aplicabilidade prática a um conjunto de conhecimentos teóricos previamente adquiridos, e mais importante ainda, vamos adquirindo novos conhecimentos cujo conteúdo é indissociável da prática. São fundamentalmente estes últimos que vão orientar toda a nossa prática profissional futura. Foi em Outubro de 2009, que iniciei a minha actividade enquanto psicóloga estagiária. Para levar a cabo essas funções, tive a oportunidade de ser acolhida pelo Centro Hospitalar do Médio Ave, na unidade de Vila Nova de Famalicão. Durante sensivelmente nove meses, contactei com a realidade profissional em contexto hospitalar. Rapidamente me apercebi, que se tratava de um contexto muito rico, pois as problemáticas que surgiam eram bastante diversificadas. O volume de trabalho, inicialmente, pareceu-me assustador, pois são muitos os doentes diariamente atendidos pelo serviço de psicologia. Aprendi desde cedo o conceito de "tempo psicológico", pois muitas vezes dava por mim a tentar esticá-lo para conseguir corresponder a tudo aquilo que me era pedido. Quando há pouco falei em volume de trabalho, não me referia unicamente àquele desenvolvido em horário expediente, pois quando finalmente terminavam as consultas e o corpo pedia descanso, surgia sempre algo que faltava fazer, o dito "trabalho de casa". Apesar de muito trabalho, houve também muita motivação, pois trata-se de um contexto muito rico, onde as aprendizagens são imensas.