O sentido da luz

Abstract

Resumo: A luz tem desde sempre exercido um enorme fascínio na Humanidade ao longo dos séculos. O elemento é de tal ordem importante para o Homem que a compreensão dos regulares ciclos solares representou um avanço enorme para as inúmeras civilizações espalhadas pelo globo terrestre. O reconhecimento da luz solar como matéria de suporte ávida culminou na sua adoração, representando divindades nos vários cultos religiosos. A arquitectura não se alheou a esta relação de dependência que o Homem tem com o Sol. Desde o momento em que conscientemente abriu o primeiro vão para deixar entrar a luz, que o edificado se adequou às exigências climatéricas impostas pelo astro solar. O Sol moldou não só o estilo de vida das civilizações, mas também a forma como estas se relacionam com os seus edifícios, mediante a latitude a que se encontram. A dissertação parte de uma base científica geral, para entender a forma de recepção e percepção dos raios solares e a sua importância para a saúde física e mental do Homem, passando pela análise teórica da relação entre a luz, a pintura e a fotografia e da relação entre a luz e os diversos movimentos arquitectónicos da história. Com este trabalho pretende-se compreender os processos que levam à determinação da luz ideal que deve invadir o espaço de um edifício, mais concretamente edifícios com a função de museologia: Centros de Arte. Para isso, foram analisadas três obras de arquitectos portugueses, o Centro Galego de Arte Contemporânea, o Centro de Artes de Sines e o Centro de Arte Contemporânea de Bragança - Graça Morais, com o objectivo de identificar os elementos comuns e dissonantes na forma de trabalhar a luz em edifícios deste tipo e que os tornam objectos arquitectónicos exemplares.