Limiar como zona e passagem - o intermédio

Abstract

O objectivo desta dissertação é explorar o acontecimento limiar, através da compreensão do limite e do estado de transição. Uma observação sobre a condição limiar – em ritos culturais de passagem – oferece uma analogia com os espaços construídos fisicamente em Arquitectura. Neste intuito, para assimilar a constituição do espaço entre – ideia que responde e promove a percepção de limiar, como um espaço de transformação único. Uma zona que conecta dois domínios diferentes e, introduz certa descontinuidade que aumenta a consciência espacial da pessoa. Desta maneira, abordam-se temas alusivos aos espaços e zonas que medeiam estes domínios. De modo determinante e decisivo, que estimule o amplexo social, contrariando a inclinação do isolamento da pessoa – investindo em elementos que preservem a intimidade dos espaços e que os interliguem. Controlando a passagem e, portanto, atenuando a amplitude das variações do meio em relação à capacidade de resistência da pessoa – quando cruza o espaço interior com o exterior. É sobre o transgredir esta linha, o tema central da dissertação – as zonas de passagem e circulação, frequentemente observadas de forma redutora. Contudo, propõe-se que estes espaços – as ruas, os átrios, os corredores, as galerias etc... – sejam reflectidos como zonas de permanência, de maneira a estimular as relações inter-pessoais, como válvulas que medeiam o acesso e a qualidade entre espaços privados e públicos. Esta dissertação percorre várias obras teóricas de referência, e exemplos práticos de Arquitectura.