Estilos parentais na infância e comportamentos de saúde na idade adulta : locus de controlo como variável mediadora

Abstract

Os comportamentos de saúde são ações de promoção de saúde. A crença de que o próprio controla a sua vida (locus de controlo interno) tende a promovê-los, e o contrário ocorre com a crença de que são fatores externos que a controlam (locus de controlo externo). Os estilos parentais mais focados no controlo ou com ausência total deste têm mostrado uma relação positiva com locus de controlo externo e negativa com estes comportamentos; e os mais focados no suporte emocional e com níveis moderados de controlo, parecem estar relacionados positivamente com um locus de controlo interno e comportamentos de saúde que, por sua vez, se relacionam com os praticados na idade adulta. O objetivo geral deste estudo é explorar a relação entre as memórias dos estilos parentais, o locus de controlo e os comportamentos de saúde na idade adulta. O locus de controlo foi medido com a Escala Multidimensional de Locus de Controlo da Saúde (Versão portuguesa por Cardoso, 2017), os comportamentos de saúde com o Questionário de Atitudes e Comportamentos de Saúde (versão portuguesa por Ribeiro, 1993); e as memórias dos estilos parentais com o EMBU-M (Versão Portuguesa por Canavarro, 1996). Os participantes têm entre os 18 e os 65 anos. O locus de controlo interno teve correlação positiva com a rejeição parental e negativa com o exercício; a idade teve correlação negativa com nutrição e suporte emocional e positiva com exercício; o locus de controlo no acaso teve correlação positiva com autocuidado, explicando uma pequena porção na sua variância. A interação entre locus de controlo interno e idade explica uma percentagem superior na variância dos níveis de exercício do que apenas o locus de controlo interno. Mecanismos defensivos poderão ter contribuído para estas correlações. A sua exploração poderá ajudar a compreender os processos psicológicos que contribuem para uma população saudável.

Health behaviors are health promotion actions. The belief that one controls one's own life (internal locus of control) tends to promote them, and the opposite occurs with the belief that external factors control it (external locus of control). Parenting styles more focused on control or with total absence of it have shown a positive relationship with external locus of control and a negative relationship with these behaviors; and those more focused on emotional support and with moderate levels of control seem to be positively related to an internal locus of control and health behaviors, which, in turn, are related to those practiced in adulthood. The overall objective of this study is to explore the relation between memories of parenting styles, locus of control and health behaviors in adulthood. Locus of control was measured using the Multidimensional Health Locus of Control Scale (Portuguese Version by Cardoso, 2017), health behaviors meausured with the Attitudes and Health Behaviors Questionare (portuguese version by Ribeiro, 1993) and memories of parenting styles with EMBU-M (portuguese version by Canavarro, 1996). Participants are between 18 and 65 years old. The internal locus of control was positively correlated with parental rejection and negatively correlated with exercise; age was negatively correlated with nutrition and emotional support and positively correlated with exercise; the chance locus of control was positively correlated with self-care, explaining a small portion of its variance. The interaction between internal locus of control and age explains a higher percentage of variance in exercise levels than the internal locus of control alone. Defensive mechanisms may have contributed to these correlations. Its exploration may help to understand the psychological processes that contribute to a healthy population.