“Ajuda-me a não ter medo” : musicoterapia na doença mental

Abstract

A elaboração deste relatório tem como objetivo primordial a descrição e reflexão do papel da musicoterapia no contexto do estágio curricular do mestrado em Musicoterapia, da Universidade Lusíada de Lisboa, e que decorreu na Associação de Apoio e Segurança Psicossocial, AASPS, situada no bairro da Ajuda. Ao longo do estágio foram intervencionados adultos, com diagnósticos de doença mental, tal como esquizofrenia paranoide, esquzioafetividade, depressão e ansiedade. Todos os intervenientes foram avaliados no início da intervenção através da aplicação instrumentos de avaliação inicial. Foram identificadas necessidades ao nível da autoestima, autodeterminação, relação e sociabilização, bem como de reforço identitário. Entre as diversas técnicas utilizadas salienta-se a improvisação, a criação de cancões (songwrithing), a associação da música ao movimento, e a criação de paisagens sonoras. A empatia na relação terapêutica demonstrou ser um fator imprescindível na consecução positiva da intervenção. A intervenção demonstrou resultados visíveis como respostas a nível emocional, maior autoestima, empoderamento pessoal, aquisição de competências interpessoais, maior compreensão do outro, e maior competência nas atividades diárias. Pode-se concluir, através dos resultados obtidos, que se observou uma melhoria significativa em grande parte dos itens avaliados, verificando, assim, que a musicoterapia representa um papel relevante nas patologias da doença mental e beneficia do trabalho em equipa.

The main objective of the preparation of this report is to describe and reflect on the role of music therapy in the context of the curricular internship of the master’s degree in Music Therapy, from the Lusíada University of Lisbon, and which took place at the Associação de Apoio e Segurança Psico-Social, AASPS, located around Ajuda. Throughout the internship, the intervention was in adults with diagnoses of mental illness, such as paranoid schizophrenia, schizoaffective disorder, depression, and anxiety. All actors were evaluated at the beginning of the intervention through the application of initial evaluation tools. Needs were identified in terms of self-esteem, self-determination, relationship, and socialization, as well as identity reinforcement. Among the various techniques used is improvisation, songwriting, the association of music with movement, and the creation of soundscapes. Empathy, in the therapeutic relationship, proved to be an indispensable factor in the positive achievement of the intervention. The intervention demonstrated visible results such as emotional responses, higher self-esteem, personal empowerment, acquisition of interpersonal skills, greater understanding of the other, and greater focus on real life. The results obtained allow to conclude that there were significant improvements in most of the domains evaluated. It was also possible to verify that the action of music therapy plays a remarkable role in the pathologies of mental illness, with benefits resulting from teamwork.