A relação das exigências no trabalho na qualidade de vida e na saúde mental dos profissionais de enfermagem

Abstract

Os profissionais de enfermagem deparam-se na sua prática diária com inúmeras exigências no trabalho de carácter físico, psicológico, social, ambiental e emocional que afetam a sua qualidade de vida e saúde mental, entre outros fatores que diminuem a qualidade da sua prestação de cuidados aos doentes e aumentam a probabilidade de desenvolverem problemas de saúde física e mental. Por isso, o psicólogo tem um papel crucial na prevenção, proteção e promoção da qualidade de vida e saúde mental nestes profissionais. Esta investigação pretende compreender e caracterizar a relação das exigências no trabalho na qualidade de vida e na saúde mental dos profissionais de enfermagem. Para a avaliação destas três variáveis, procedeu-se a um estudo misto, o estudo quantitativo teve uma amostra de 182 participantes, dos quais enfermeiros, 85,2% do género feminino e 14,8% do género masculino, com idades compreendidas entre os 23 e os 62 anos, com uma média de idades de 44,13 anos e um desvio padrão de 9,65. Foram aplicados dois questionários o COPSOQ-II (Silva et al., 2011), que avalia as exigências laborais, para além de ter uma subescala que avalia a saúde mental, assim como foi utilizado o WHOQOL-BREF (Vaz Serra et al., 2006), que avalia a qualidade de vida. O estudo qualitativo foi efetuado por meio de entrevistas semiestruturadas, através da plataforma Zoom aos profissionais de enfermagem, tendo tido um total de 20 participantes, 19 do género feminino e 1 do género masculino. Os resultados obtidos revelam que existe uma forte influência das exigências laborais na qualidade de vida e na saúde mental dos profissionais de enfermagem. Assim, as mesmas traduzem-se em riscos para a sua saúde, tendo sido verificado que existe uma maior incidência destas exigências na qualidade de vida física e ambiental. O trabalho por turnos, por sua vez, foi das exigências laborais mencionadas pelos participantes, que mais afeta o seu bem-estar biopsicossocial e que traz maiores consequências para a sua saúde psicofisiológica.

Nursing professionals face numerous physical, psychological, social, environmental and emotional demands at work that affect their quality of life and mental health, among other factors that reduce the quality of their care for patients and increase the probability of developing physical and mental health problems. Therefore, the psychologist has a crucial role in the prevention, protection, and promotion of quality of life and mental health in these professionals. This investigation intends to understand and characterize the relationship of work demands on the quality of life and mental health of nursing professionals. For the evaluation of these three variables, a mixed study was carried out, the quantitative study had a sample of 182 participants, of which nurses, 85,2% female and 14,8% male, aged between 23 and 62 years old, with a means age of 44,13 years and a standard deviation of 9,65. Two questionnaires were applied, the COPSOQ-II (Silva et al., 2011), which assesses work requirements, in addition to having a subscale that assesses mental health, as well as the WHOQOL-BREF (Vaz Serra et al, 2006), which assesses quality of life. The qualitative study was carried out through semi-structured interviews, through the Zoom platform, to nursing professionals, with a total of 20 participants, 19 female and 1 male. The results obtained reveal that there is a strong influence of work demands on the quality of life and mental health of nursing professionals. Thus, they translate into risks for your health, having been verified that there is a greater incidence of these requirements in the physical and environmental quality of life. Shift work, in turn, was one of the work requirements mentioned by the participants, which most affects their biopsychosocial well-being and has the biggest consequences for their psychophysiological health.