O processo participativo e a sua expressão na arquitetura africana : algumas experiências

Abstract

Assim como na vida, na arquitetura, os resultados obtidos possuem uma conexão direta com a atitude com a qual abordamos um determinado problema. O processo participativo não é, de modo algum, o único meio de fazer bons projetos. Não é um fim em si mesmo. Não é uma maneira para os poderosos legitimarem suas próprias agendas. É antes, um meio através do qual pode realizar-se uma resposta mais incisiva à questão em estudo. Como afirma Alejandro Aravena - o desafio não está em encontrar a resposta certa, mas sim encontrar a resposta certa à pergunta correta (Aravena, 2014, Comunicação oral). O documento seguinte visa lançar alguma luz sobre os projetos e os desenvolvimentos conseguidos nesta área, com a esperança de que já não seja vista como utópica ou irreal. Através desta investigação demonstraremos que a complexa realidade social e política de hoje, exige que os arquitetos e outros profissionais envolvam-se em práticas multidisciplinares e colaborativas. A circunscrição do tema ao continente Africano não é inocente nem casual. Pelo facto de este território estar passando por um ritmo de desenvolvimento rápido e estimulante, enfrentamos a convivência de realidades bastante contrastantes, que nos apresentam desafios e oportunidades. Nesse contexto, poderemos analisar o fenômeno da participação desde as aldeias tradicionais até às crescentes metrópoles, desde as manifestações orgânicas até as mais induzidas. Nós nos concentraremos, para além disso, em situações onde, através de processos participativos, se atinge uma transformação socioeconómica longa e permanente, construindo por sua vez uma arquitetura significante.

Just as in life, in architecture the results we obtain possesses a direct connection with the attitude with which we approach a certain problem. The participatory process is in no sense the only way to make good projects. It is not an end in itself. It is not a way for the powerful to legitimize their own agendas. It is however, a means thru which one may realize a more incisive answer to the question at hand. As Alejandro Aravena says - the challenge is not to find the right answer, it is rather to find the right answer to the right question (Aravena, 2014, verbal information). The following document aims to shed some light on the projects and developments made in this area, in hopes that it may no longer be seeing as utopic or unrealistic. Thru this investigation we will demonstrate that the complex social and political reality today demands architects and others professionals to engage in a multidisciplinary and collaborative practices. The circumscription of the theme to the African continent is neither innocent nor a cause of a haphazard situation. Because this territory is undergoing a very fast and exhilarating development, we face the coexistence of very contrasting realities, which present us with both challenges and opportunities. Within this context, we will therefore be able to analyze the phenomenon of participation from the traditional villages to the booming metropolis, from the organic to the induced manifestations. We focus furthermore on situations were, thru participatory processes a long and permanent socio-economic transformation has been accomplished, thus constructing a meaningful architecture.